quarta-feira, novembro 26, 2008

O regresso do calhau

Da caverna no topo da montanha irradia a luz quente de uma fogueira. Os nossos herois descansam após as suas lutas sangrentas.
Oscar, o Super Cagalhoto lubrifica a sua armadura de Corpolito com secreções excrementais: não quer que a sua armadura encrave novamente durante uma batalha, como sucedeu durante a batalha épica no Vale das Poias.
As fufas góticas retiram as suas reduzidas armaduras de cabedal preto e lubrificam-se uma há outra com óleo de bébé. Já todos na caverna sabem o que seguirá, mas já nem isso lhes aquece o coração nestes tempos negros.
Caganitus Azeitonum, o druída, mexe lentamente o conteúdo do seu caldeirão. Adiciona ervas retiradas das fezes de um elfo da floresta e deixa o lume morrer lentamente. "É a nossa ultima hipótese..." pensa ele, com um suspiro.
Satisfeito com a sua poção, retira uma tigela e dirige-se ao fundo escuro da caverna...
"Alguma sorte, Caca'Dhura?"
O enorme minotauro levanta-se do seu canto, apertando o cinto á volta das suas calças: "Não, Caganitus, a prisão de ventre mantem-se... Vais tentar acorda-lo outra vez?"
"Sim, tenho uma nova poção. Tivemos a sorte de encontrar um elfo que ainda consegue cagar. Infelizmente tivemos que o matar, ele era muito possessivo e não queria partilhar um pouco do seu bedume."
"Que os deuses sorriam sobre a tua poção. Não temos muito mais tempo...". Caca'Dhura afasta-se para observar as fufas góticas, talvez o conseguissem distrair.
Caganitus continua a sua caminhada, cada vez mais longe da luz da fogueira, para a escuridão quase total do fundo da caverna. Chegado ao seu destino, ajoelha-se ao lado da figura que dorme, imóvel e imperturbavel, como há tanto tempo fazia.
Suavemente, abre a boca desta misteriosa pessoa, e obriga-a a ingerir um pouco da poção. Ao ter a certeza que esta foi ingerida, Caganitus começa a preparar os seus rituais. Sem a ajuda dos deuses, a poção pode não ser forte o suficiente.

Caganitus emerge da floresta e observa o lusco-fusco. Mais um dia que acaba, mais um dia em que ninguem caga. Esta prisão de ventre colectiva está a destruir o reino de Ehstrum Eira.
Começa a subir o velho trilho que leva ao topo da montanha. Lá encontra Peidalf, o feiticeiro, observando atentamente as últimas nuvens no horizonte, com o sobrolho franzido.
"Este lusco fusco está um pouco acastanhado, não está Peidalf?"
Ao fundo da caverna soa um peido baixinho, despercebido. Noximus mexe os olhos pela primeira vez no seu sono profundo, que dura há quase três anos.
Peidalf estremece, como que acordando de um transe, e diz, ainda fixando o seu olhar nas nuvens castanhas:
"...Vem aí merda..."

Esperem novos posts brevemente =D